David Kornfield |
Nossa voz profética é tão negligenciada que está quase perdida. Precisamos descobrir essa voz, a voz de Deus, e termos um papel profético. Nos tornamos bons políticos, sempre querendo agradar.
Precisamos redescobrir a voz de confronto em amor, seja a nível individual, seja a nível coletivo...
Fonte: http://www.pastoreiodepastores.org
O Pastoreio de Pastores - Recuperando Nossa Voz Profética - David Kornfield
Precisamos redescobrir a voz de confronto em amor, seja a nível individual, seja a nível coletivo...
Fonte: http://www.pastoreiodepastores.org
O Pastoreio de Pastores - Recuperando Nossa Voz Profética - David Kornfield
Deus levantou o MAPI com a visão de seus pastores serem pastoreados. Nosso chamado é profundamente pastoral. Mas levamos isso a um extremo tendo uma voz pastoral, facilitadora, meiga, suave, amável, apoiadora e politicamente correta. Nossa voz profética é tão negligenciada que está quase perdida. Precisamos descobrir essa voz, a voz de Deus, e termos um papel profético. Nos tornamos bons políticos, sempre querendo agradar. Precisamos redescobrir a voz de confronto em amor, seja a nível individual, seja a nível coletivo. Lições do livro de Ezequiel nesse sentido incluem:
- Visão de Deus antecede todas as outras visões (cap 1). Dessa visão vem o chamado (cap 2) e todas as outras visões proféticas (o resto do livro).
- Deus repetidas vezes tomou o adorador prostrado e o colocou em pé para cumprir sua missão (1.28; 2.1; 2.23-24; 43.3-5).
- O profeta conhece o Soberano, o Senhor (repetida 210 vezes neste livro); sua convicção flui desse reconhecimento.
- Sucesso é falar o que Deus nos manda falar; não depende da resposta das pessoas ao nosso redor (2.5, 7).
- Não devemos ter medo. Deus repete isso 4 vezes em um só versículo (2.6).
- O profeta precisa ouvir atentamente, olhar cuidadosamente e guardar tudo em seu coração (2.10; 40.4; veja Ap 22.7). Um diário espiritual e uma Bíblia autobiográfico com nossas anotações, datas e nomes de pessoas relacionado a momentos especiais são duas das ferramentas mais poderosas para reter o que ouvimos de Deus.
- Os líderes do MAPI precisam entender que tem um chamado de sentinela para com os pastores de sua cidade, denominação ou país. Temos que advertir-lhes quanto ao perigo de andarem sozinhos. Se não fazemos isso, somos culpados de suas quedas e tropeços. Se fazemos, e eles não nos ouvirem, somos livres de culpa (3.16-21; 33.1-7).
- Deus procura pessoas para erguerem o muro e se colocar na brecha (22.30). O muro quebrado são os príncipes (v.25), sacerdotes (v. 26), oficiais (v. 27) e profetas (v. 28) que servem a si mesmos ao invés de servir a Deus. Quando os líderes não protegem, não cuidam e não pastoreiam o povo de Deus, o muro está caído e a brecha é imensa. (Veja outro reflexão sobre Mt 10 e Lc 10 sobre dois perfis. O primeiro perfil com 10 características é de aquele enviado para procurar homens que entrarão na brecha a favor de sua cidade (Lc 10.1-6); o segundo perfil com sete características é o retrato dos homens e mulheres de paz que ficam na brecha a favor da cidade (Lc 10.5-7). Os líderes do MAPI precisam tomar o segundo papel a favor de sua cidade e denominação e o primeiro papel quanto a outras cidades e denominações.
- Profecia contra os líderes de pastores (Eze 34). Num dos capítulos mais tristes da Bíblia, Deus chama Ezequiel a profetizar contra “os pastores de Israel”. Essa frase se refere à liderança espiritual principal do país. No contexto do Brasil, uma adaptação seria em referência a líderes de pastores que cuidam de seus interesses ao invés de cuidar dos pastores – seu maior patrimônio e responsabilidade (v 2, detalhado em vv. 3-6). Isto pode se aplicar a certos líderes denominacionais que se preocupam em manter seu poder, líderes de conselhos de pastores que se tornam políticos, e até aos pastores de pastores que servem por motivos egocêntricos, para satisfazer necessidades próprias ao invés de cuidar dos outros.
- Deus levantará seu próprio pastor para fazer o que esses líderes não fazem. Esse pastor terá estes papéis: 1) servo, 2) pastor que cuida de suas ovelhas (em nosso contexto, os outros pastores), 3) líder e 4) pessoa de aliança, pessoa de paz (34.23-25).
- Profetizar para pastores com vidas secas (Eze 34.1-14). Muitos pastores, e por conseqüência, suas igrejas, são como um vale de osso secos. Ninguém cuida deles. Ninguém planta em sua vidas, rega, limpa e cuida deles como um bom jardineiro (veja 1 Co 4.5, 9). Precisam de uma voz profética para lhes acordarem (veja Ef 5.14).
- Organização vs movimento. Os dois são inimigos naturais um do outro. Começando em Eze 40 temos uma descrição super detalhada do templo. O templo representa organização, a glória do Senhor representa movimento. Os dois precisam descobrir como caminhar de mãos dadas em tensão criativa ao invés de destrutiva.
- Saindo do templo centrismo (Eze 47). De repente a visão totalmente centrada no templo (uma estrutura alta, grande e forte) começa a também ter uma descrição solta e fluida. Em vv. 1-3, a palavra templo aparece quatro vezes, e água três. A partir de v. 4, o templo não aparece mais. A visão se torna rio cêntrico. O profeta é levado a uma profunda mudança de paradigma, contrário a toda sua longa tradição.
- O movimento pode ser medido. O guia mede o rio a cada 500 metros até que é tão profundo que não dá para andar mais. O profeta, em certo sentido, perde o controle de ficar parado em um só lugar e tem que se lançar ao nado, sendo levado pelo rio (vv. 4-6).
- Quem está fora da água e chamado para dentro (v. 4) e quem está dentro é chamado para fora (v. 6). A visão inicial de fora é muito limitado. A visão profundamente por dentro também é limitado. Precisamos saber quando e como nos entregar ao movimento e quando e como sair para ganhar uma visão maior e entender melhor o que Deus está fazendo.
- O profeta entende os propósitos de Deus. Temos o privilégio de juntar uma visão profética de nossa realidade atual com a visão profética do final da história. Comparando Eze 47.1-12 com Ap 22.1-7, descobrimos que a realidade atual do profeta era uma reflexão da realidade eterna. Quem tem olhos para ver, ouvidos para ouvir, é realmente muito abençoado, especialmente se consegue repassar a visão divina e seu significado a outras pessoas.
- O movimento (o rio) gera vida onde passar, saneando águas mortas, dando fruto todos os meses que serve de comida e remédio (cura).
- Podemos nos tornar um rio que gera um movimento. A fonte da água de vida é Jesus. Quem bebe dele “como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7.37-38). Uma voz profética pode levantar e dar vida a ossos secos, pode erguer líderes prostrados em adoração, pode chamar para frente homens e casais de paz. Em fim, pode gerar um novo movimento.
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